quarta-feira, 18 de junho de 2008

Aprendizados da Vida Cotidiana

Saudações abelhudos! :D

seguindocom minha nobre jornada [haha x) ], cá estou com mais informação semi-inútil:

Fofocas literárias:

Álvares de Azevedo morreu VIRGEM :O
(de mulher viva...! :X)

aproveito, e ponho na cabeça de vocês um pouco mais de cultura:


Manuel Antônio Álvares de Azevedo foi um escritor da segunda geração romântica (Ultra-Romântica, Byroniana ou Mal-do-século), contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.

agora, pros abelhudos que querem entender a fofoca[ou simplesmente querem ser mais espertos que os outros]:

[se este não é o seu caso, pule o texto ;) ]

--
(capitulo segundo de Noite na Taverna)

SOLFIERI

Yet one kiss on your pale clay
And those lips once so warm beart! my bears! my bears!
BYRON - Cain

Sabei-lo. Roma é a cidade do fanatismo e da perdição: na alcova do sacerdote dorme a gosto a amásia, no leito da vendida se pendura o Crucifixo lívido. É um requintar de gozo blasfemo que mescla o sacrilégio a convulsão do amor, o beijo lascivo a embriaguez da crença!
Era em Roma. Uma noite a lua ia bela como vai ela no verão pôr aquele céu morno, o fresco das águas se exalava como um suspiro do leito do Tibre. A noite ia bela. Eu passeava a sós pela ponte de As luzes se apagaram uma por uma nos palácios, as ruas se fazias ermas, e a lua de sonolenta se escondia no leito de nuvens. Uma sombra de mulher apareceu numa janela solitária e escura. Era uma forma branca. - A face daquela mulher era como a de uma estátua pálida a lua. Pelas faces dela, como gotas de uma taça caída, rolavam fios de lágrimas.
Eu me encostei a aresta de um palácio. A visão desapareceu no escuro da janela e daí um canto se derramava. Não era só uma voz melodiosa: havia naquele cantar um como choro de frenesi, um como gemer de insânia: aquela voz era sombria como a do vento a noite nos cemitérios cantando a nênia das flores murchas da morte.
Depois o canto calou-se. A mulher apareceu na porta. Parecia espreitar se havia alguém nas ruas. Não viu a ninguém - saiu. Eu segui-a.
A noite ia cada vez mais alta: a lua sumira-se no céu, e a chuva caía as gotas pesadas: apenas eu sentia nas faces caírem-me grossas lágrimas de água, como sobre um túmulo prantos de órfão..
Andamos longo tempo pelo labirinto das ruas: enfim ela parou: estávamos num campo.
Aqui, ali, além eram cruzes que se erguiam de entre o ervaçal. Ela ajoelhou-se. Parecia soluçar: em torno dela passavam as aves da noite.
Não sei se adormeci: sei apenas que quando amanheceu achei-me a sós no cemitério. Contudo a criatura pálida não fora uma ilusão - as urzes, as cicutas do campo santo estavam quebradas junto a uma cruz.
O frio da noite, aquele sono dormido a chuva, causaram-me uma febre. No meu delírio passava e repassava aquela brancura de mulher, gemiam aqueles soluços e todo aquele devaneio se perdia num canto suavíssimo...
Um ano depois voltei a Roma. Nos beijos das mulheres nada me saciava: no sono da saciedade me vinha aquela visão.
Uma noite, e após uma orgia, eu deixara dormida no leito dela a condessa Barbara. Dei um último olhar àquela forma nua e adormecida com a febre nas faces e a lascívia nos lábios úmidos, gemendo ainda nos sonhos como na agonia voluptuosa do amor. - Saí.. - Não sei se a noite era límpida ou negra - sei apenas que a cabeça me escaldava de embriaguez. As taças tinham ficado vazias na mesa: nos lábios daquela criatura eu bebera ate a última gota o vinho do deleite.
Quando dei acordo de mim estava num lugar escuro: as estrelas passavam seus raios brancos entre as vidraças de um templo. As luzes de quatro círios batiam num caixão entreaberto. Abri-o: era o de uma moça. Aquele branco da mortalha, as grinaldas da morte na fronte dela, naquela tez lívida e embaçada, o vidrento dos olhos mal apertados... Era uma defunta! ... e aqueles traços todos me lembraram uma idéia perdida... - Era o anjo do cemitério? Cerrei as portas da igreja, que, ignoro por que, eu achara abertas. Tomei o cadáver nos meus braços para fora do caixão. Pesava como chumbo.
Sabeis a historia de Maria Stuart degolada e o algoz, "do cadáver sem cabeça e o homem sem coração" como a conta Brantôme? Foi uma idéia singular a que eu tive. Tomei-a no colo. Preguei-lhe mil beijos nos lábios. Ela era bela assim: rasguei-lhe o sudário, despi-lhe o véu e a capela como o noivo as despe a noiva. Era uma forma puríssima.. Meus sonhos nunca me tinham evocado uma estatua tão perfeita. Era mesmo uma estátua: tão branca era ela. A luz dos tocheiros dava-lhe aquela palidez de âmbar que lustra os mármores antigos. O gozo foi fervoroso - cevei em perdição aquela vigília. A madrugada passava já froixa nas janelas. Àquele calor de meu peito, a febre de meus lábios, a convulsão de meu amor, a donzela pálida parecia reanimar-se. Súbito abriu os olhos empanados. - Luz sombria alumiou-os como a de uma estrela entre névoa - , apertou-me em seus braços, um suspiro ondeou-lhe nos beiços azulados. Não era já a um desmaio. No aperto daquele abraço havia contudo alguma coisa de horrível. O leito de lájea onde eu passara uma hora de embriaguez me resfriava. Pude a custo soltar-me daquele aperto do peito dela. Nesse instante ela acordou...
Nunca ouvistes falar da catalepsia? É um pesadelo horrível aquele que gira ao acordado que emparedam num sepulcro; sonho gelado em que sentem-se os membros tolhidos, e as faces banhadas de lágrimas alheias sem poder revelar a vida!
A moça revivia a pouco e pouco. Ao acordar desmaiara. Embucei-me na capa e tomei-a nos braços coberta com seu sudário como uma criança. Ao aproximar-me da porta topei num corpo; abaixei-me - olhei: era algum coveiro do cemitério da igreja que aí dormira de ébrio, esquecido de fechar a porta .
Saí. - Ao passar a praça encontrei uma patrulha - Que levas aí?
A noite era muito alta - talvez me cressem um ladrão.
- É minha mulher que vai desmaiada.
- Uma mulher! Mas essa roupa branca e longa? Serás acaso roubador de cadáveres?
Um guarda aproximou-se. Tocou-lhe a fronte - era fria.
- É uma defunta.
Cheguei meus lábios aos dela. Senti um bafejo morno. - Era a vida ainda.
- Vede, disse eu.
O guarda chegou-lhe os lábios: os beiços ásperos roçaram pelos da moça. Se eu sentisse o estalar de um beijo... o punhal já estava nu em minhas mãos frias
- Boa noite, moço: podes seguir, disse ele.
Caminhei. - Estava cansado. Custava a carregar o meu fardo: e eu sentia que a moça ia despertar. Temeroso de que ouvissem-na gritar e acudissem, corri com mais esforço...
Quando eu passei a porta ela acordou. O primeiro som que lhe saiu da boca foi um grito de medo.
Mal eu fechara a porta, bateram nela. Era um bando de libertinos meus companheiros que voltavam da orgia. Reclamaram que abrisse.
Fechei a moça no meu quarto - e abri.
Meia hora depois eu os deixava na sala bebendo ainda.
A turvação da embriaguez fez que não notassem minha. ausência.
Quando entrei no quarto da moça vi-a erguida. Ria de um rir convulso como a insânia, e frio como a folha de uma espada. Trespassava de dor o ouvi-la.
Dois dias e duas noites levou ela de febre assim Não houve como sanar-lhe aquele delírio, nem o rir do frenesi. Morreu depois de duas noites e dois dias de delírio.
A noite sai - fui ter com um estatuário que trabalhava perfeitamente em cera - e paguei-lhe uma estátua dessa virgem.
Quando o escultor saiu, levantei os tijolos de mármore do meu quarto, e com as mãos cavei aí um túmulo. - Tomei-a então pela última vez nos braços, apertei-a a meu peito muda e fria, beijei-a e cobri-a adormecida do sono eterno com o lençol de seu leito. - Fechei-a no seu túmulo e estendi meu leito sobre ele.
Um ano - noite a noite - dormi sobre as lajes que a cobriam Um dia o estatuário me trouxe a sua obra. - Paguei-lha e paguei o segredo
Não te lembras, Bertram, de uma forma branca de mulher que entreviste pelo véu do meu cortinado? Não te lembras que eu te respondi que era uma virgem que dormia?
- E quem era essa mulher, Solfieri?
- Quem era? seu nome?
- Quem se importa com uma palavra quando sente que o vinho lhe queima assaz os lábios? quem pergunta o nome da prostituta com quem dormia e que sentiu morrer a seus beijos, quando nem ha dele mister por escrever-lho na lousa?
Solfieri encheu uma taça - Bebeu-a. - Ia erguer-se da mesa quando um dos convivas tomou-o pelo braço.
- Solfieri, não é um conto isso tudo?
- Pelo inferno que não! por meu pai que era conde e bandido, por minha mãe que era a bela Messalina das ruas - pela perdição que não! Desde que eu próprio calquei aquela mulher com meus pés na sua cova de terra - eu vô-lo juro - guardei-lhe como amuleto a capela de defunta. - Ei-la!
Abriu a camisa, e viram-lhe ao pescoço uma grinalda de flores mirradas.
- Vede-a murcha e seca como o crânio dela!
¹
--

[para ler a obra na integra clique: vouficarmaisesperto.com. Em seguida vá em 'copiar texto' e depois 'abrir'(ou salvar, depende de você) ]




achou tudo isso um saco?!

dá uma olhada nisso aqui.

e você pensando que sua vida era um saco hein?! :D


Letras Miúdas de Hoje(lembrem-se dos desenhos animados, sempre é mais importante do que aparenta!) :

[se você chegou até aqui em menos de 5 minutos, faça um bem à humanidade, vá ler um livro![haha x)] ou, se não pela humanidade, pelas pessoas que são obrigadas a conviver com você :D ] ²



Por Hoje é só pessoal!
[preciso alimentar o peixe]







¹ retirado daqui ;D
² Brincadeirinhaaa!! n.n

7 comentários:

Paulo Vitor Soares disse...

Ha tah, o cara é escritor, tem dinheiro, e vai morrer virgem ?? mesmo ele sendo muitooo feio já existiam.... bem hã, deixa pra lá ^^

De Marte disse...

heuiaheuihiuehiauehuiahe
depois de ouvir que o rei francês Luis IV, famoso-auto denominado "Rei Sol", só tomou um banho na vida (sim, eh isso mesmo), acredito em qualquer coisa xDD

Beijo, Biih *-*

didirebuli disse...

É a vida né.
Ele precisa ler o Bom Crioulo, não sei mas lembrei dele ao ler isso.


Junto aos presos equilibrava-se um homem de grande estatura, largo e reforçado, tipo de caboclo nascido no Amazonas, trajando fardeta e boné e segurando com ambas as mãos, sobre o joelho em descanso, o instrumento de castigo: era o guardião Agostinho, o célebre guardião Agostinho, especialista consumado no ofício de aplicar a chibata, o mais robusto e valente de todos os guardiões, e cujo zelo em cousas de “patescaria” tornara-se proverbial, Nos momentos de manobra difícil, era ele quem auxiliava o mestre na faina, invariavelmente munido de um apito de prata, não se afastando nunca de suas obrigações.

— Caboclo macho! diziam os companheiros.

didirebuli disse...

Ahh o último link [vouficarmaisesperto.com], tá quebrado!

Conserta...

Lorran Pegoretti disse...

tava com preguiça e nao li quase nada ;P
e quanto a...

[se você chegou até aqui em menos de 5 minutos, faça um bem à humanidade, vá ler um livro![haha x)] ou, se não pela humanidade, pelas pessoas que são obrigadas a conviver com você :D ] ²

"A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar." - Albert Einstein xD pense mais e leia menos....

Giow Rosetti disse...

puutz
fiko mt lindo o template :D
amei
amei os "abelhudos" tbm :D
ajhuauhuhua
:*

arthur schneider disse...

eca..
por isso que não gosto de literatura...

^^

;**